HIPOCONDRIA
Sofro mais! Afirmei e mostrei-lhe a chaga.
"Não!"; Disse-me a exibir seu corpo exangue.
Retruquei, com a boca a jorrar sangue,
Mas ele, rindo, uma fratura afaga.
Atirei-lhe aos pés meus dentes, uns cacos.
Não se conteve e trouxe-me os negativos
Dos pulmões em que, pela doença já cativos,
Restavam apenas movimentos fracos.
Citei-lhe os males meus que a Medicina
Não cura nem com tudo o que ensina,
Mas o rival julgou pequena a minha dor.
E, para mostrar que seu pesar não tem parelha,
Trouxe no dedo a sua própria orelha,
Previamente assada no indicador.