Mãos Entrelaçadas
Mãos sedentas de afeto a afagar o vazio do leito.
Tateiam na longa madrugada o amor desfeito.
Noites intermináveis singradas nos desencontros,
Recolhem as mortas folhas encharcadas no pranto.
Caminhos áridos e sinuosos no silêncio visitados,
Vida fosca a percorrer os estreitos dos abandonados.
Algodoal revolto, espectro apático - rotineira insônia,
Granizos cinzas do medo impregnam os cadeados.
Vez ou outra nas janelas o eco agourento das corujas,
Mistura-se com o som do contador de todos os tempos.
Espreitam sem dó a vazia morada de tantos lamentos.
Cansada a alma espera a inviável visita da esperança,
Luzes súbitas espocam deslumbrantes no frio cenário.
Mãos ternamente entrelaçadas abandonam o calvário.
(Ana Stoppa)
Mãos sedentas de afeto a afagar o vazio do leito.
Tateiam na longa madrugada o amor desfeito.
Noites intermináveis singradas nos desencontros,
Recolhem as mortas folhas encharcadas no pranto.
Caminhos áridos e sinuosos no silêncio visitados,
Vida fosca a percorrer os estreitos dos abandonados.
Algodoal revolto, espectro apático - rotineira insônia,
Granizos cinzas do medo impregnam os cadeados.
Vez ou outra nas janelas o eco agourento das corujas,
Mistura-se com o som do contador de todos os tempos.
Espreitam sem dó a vazia morada de tantos lamentos.
Cansada a alma espera a inviável visita da esperança,
Luzes súbitas espocam deslumbrantes no frio cenário.
Mãos ternamente entrelaçadas abandonam o calvário.
(Ana Stoppa)