Sonetífero
A vida me escorre por entre os dedos
Esvaem-se tristezas e horas amarelas
Quisera no conforto dos meus medos
Parar os ponteiros, seguros sentinelas
A vida me incorre, porre aportado
Seu adeus fez meu destino mazela
Quisera o absurdo em vão tentado
Parar a partida da última caravela
A vida me socorre em dias iguais
Seu adeus na mão direita revejo
A esperança do último desejo
Quisera como acabar com meus ais
Parar o gesto numa derradeira magia
Em vão, os dias nascem em agonia
() escrita p/a Ciranda da Vida do poeta Ricardo Vichinsky