Sonetífero

A vida me escorre por entre os dedos

Esvaem-se tristezas e horas amarelas

Quisera no conforto dos meus medos

Parar os ponteiros, seguros sentinelas

A vida me incorre, porre aportado

Seu adeus fez meu destino mazela

Quisera o absurdo em vão tentado

Parar a partida da última caravela

A vida me socorre em dias iguais

Seu adeus na mão direita revejo

A esperança do último desejo

Quisera como acabar com meus ais

Parar o gesto numa derradeira magia

Em vão, os dias nascem em agonia

() escrita p/a Ciranda da Vida do poeta Ricardo Vichinsky

Carlos Alberto de Souza
Enviado por Carlos Alberto de Souza em 27/03/2011
Reeditado em 05/07/2022
Código do texto: T2874552
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