ILUSÃO DE ÓTICA

Aquele homem encurvado, olhar no chão,

Em meio à sombra, vi num quadro, na Inglaterra.

As mãos no peito, recolhido em oração,

Como alguém que todo bem na alma encerra.

Aproximei-me para ver melhor. Espanto!

Quanta surpresa nessa aproximação.

Tinha no rosto amargura e ódio tanto,

A comprimir nos dedos hirtos um limão.

De igual maneira, sempre existe, em toda parte,

Uma pessoa que insinua graça e arte,

A se mostrar como retrato de grandeza.

Mas quando a ela nos chegamos - que tristeza! -

É puro ácido, rancor, desconfiança,

Tal qual o “santo” que ainda guardo na lembrança.

Gerson Silvestre
Enviado por Gerson Silvestre em 27/03/2011
Reeditado em 26/03/2013
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