ILUSÃO DE ÓTICA
Aquele homem encurvado, olhar no chão,
Em meio à sombra, vi num quadro, na Inglaterra.
As mãos no peito, recolhido em oração,
Como alguém que todo bem na alma encerra.
Aproximei-me para ver melhor. Espanto!
Quanta surpresa nessa aproximação.
Tinha no rosto amargura e ódio tanto,
A comprimir nos dedos hirtos um limão.
De igual maneira, sempre existe, em toda parte,
Uma pessoa que insinua graça e arte,
A se mostrar como retrato de grandeza.
Mas quando a ela nos chegamos - que tristeza! -
É puro ácido, rancor, desconfiança,
Tal qual o “santo” que ainda guardo na lembrança.