Soneto n.192


TU

Meu coração vem dar testemunho
do que, nele, é intenso, profundo;
o que (para ele) resume o mundo
no belo pavilhão que eu empunho.

Tu és a noite mais fria de junho,
um livro bom onde eu me afundo,
a nebulosa em que me confundo
e cada rabisco do meu rascunho.

És a última tragada do meu fumo,
a fruta madura em seu doce sumo.
És a rima...o compasso e o conteúdo.

Ah! Tu és o cerne do meu infortúnio,
um perigo, feito a lua em plenilúnio,
e esta réstia de luz, que é meu tudo!

Silvia Regina Costa Lima
21 de março de 2011


SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 27/03/2011
Reeditado em 29/03/2019
Código do texto: T2873142
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.