Descaminhos
Dilacerando as entranhas dos teus sentimentos
Escrevo-te as derradeiras palavras de alforria
Estás enfim livre de todo e qualquer sofrimento
Que meu desonroso amor lhe trazia...
Podes cantarolar tua liberdade aos quatro ventos
No desenrolar febril dos teus ríspidos sentimentos
Ante a lua cheia, abarrotar-se na embriaguês profana
Dos beijos entre os braços amigos de quem realmente amas
Enquanto esbravejo um grito ogro, roto e rouco
Salivando nos dentes ante o futuro esquálido e porco
Que atirou-me à esta masmorra fedorenta!
Agüenta, e raspa as unhas nas paredes mofentas
E estes destinos duplicando as forquilhas e sendas
Diante dos descaminhos sugeridos pela ingratidão...