Renascença
Recortei algumas lembranças da minha infância
Que já não colam no meu calado presente
Presenteio o meu passado com tais restos de ânsias
Sepultando-os nas páginas desse pretérito incoerente
Feito dragões protagonistas de um gélido sonho
Talvez pesadelo, ou meros devaneios transcendentes
Mas o fato é que tudo mentiu para os meus olhos
Denominando como falhas os infalíveis salvos salientes
Olhando a lua nova, nessa velha cena que se renova
Como lustras tua velha cômoda ao óleo de peroba
Resgatando aquele esquecido brilho ao qual tinhas
Troco de pele como a serpente destra e precisa
E deixo-a no bosque, certamente e devidamente esquecida
Para reascender o brando fogo da minha vida!