A ESPERA
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Vejo ao longe a poeira, entre o brilho
Do Sol que agora me ofusca a visão.
Quem é esse que célere, então,
Vem no encalço de um pobre andarilho?
Já se mostra chegando , já se avulta:
São cavaleiro e cavalo a galope,
Tendo ao fundo, com seu olho ciclope,
O Sol que agora sua face me oculta.
Mais e mais vem contra mim (Que veloz!).
Quero – inútil – ver do rosto o algoz
Contra essa luz que enrubesce o areal.
Ao chegar, eu bem sei, tudo se acaba,
E esperar esse que surge do Nada
Vai doer mais que seu golpe fatal.