ESPELHO
Quando n`água, por brinquedo,
Meus movimentos eu via,
Acenava o braço esquerdo
Lá o direito atendia.
Divertia-me o folguedo;
Infantilmente eu ria,
Vendo naquele arremedo
Um motivo de folia.
Interrompendo a folgança,
Acudiu-me à lembrança
Que gente, de caráter vário,
Tem na fala um argumento,
Mas o seu procedimento
Reflete sempre o contrário.