Só à noite
Com ninguém dividia a nascente
Ninguém no novo dia presente
Fez de sua noite um amor vivo
E na manhã, um amante esquivo
Ela queria acordar rodeada
Com quem dividiu madrugada
Calam os sussurros pela manhã
Perde-se a cama, ganha o divã
Tudo no escuro da noite ela via
Prazeres que o dia não atavia
sente que o amor se sente no tato
viver do amor, é viver insensato
que incendeia os corpos no escuro
e a solidão, de dia, os tornam puros