Só à noite

Com ninguém dividia a nascente

Ninguém no novo dia presente

Fez de sua noite um amor vivo

E na manhã, um amante esquivo

Ela queria acordar rodeada

Com quem dividiu madrugada

Calam os sussurros pela manhã

Perde-se a cama, ganha o divã

Tudo no escuro da noite ela via

Prazeres que o dia não atavia

sente que o amor se sente no tato

viver do amor, é viver insensato

que incendeia os corpos no escuro

e a solidão, de dia, os tornam puros

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 26/03/2011
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