PRA ESQUECER

Quando desço de ti ao abismo ascendo

Cismo na sombra de caules descaídos

Sinto o tempo, mão atroz, tremendo

Máscara soluçante, cristais diluídos

Extinta alma em estertores tortos

Leito em brasa a corroer-me o sono

Fagulhas apagadas, brilhos mortos

Açoitado vento esvai-se... abandono.

Valente corsário acossado, sorrateiro

Escorraçado pelo vento indômito

Perde-se na espuma, bolha escura

Esteira buliçosa, submersa em bruma,

Cuspo a lágrima, engulo o vômito

Viro as costas, encosto o veleiro.

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 26/03/2011
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