ORGULHO

O perfume pede passagem e seu passo

lento fere o silêncio e pelo espaço

chega torcendo pescoços, a visão

hipnotizada na imagem, a paixão.

Mento erguido, olhar além-horizonte,

olhos sob sobrancelhas arqueadas, na fronte,

platibandas de desprezo, raios de friagem

aos infelizes, álgida deusa pede passagem.

Jaz agora nua, estendida, em laje fria,

mãos febris lavam a escultura vazia

da arrogância, o corpo céreo, sem vida.

Outros preparam a terra, tristonhos suspiram,

menos pela ausência, mais pelo que não possuíram.

Invejam os vermes, pela farta comida.

Sagüi
Enviado por Sagüi em 25/03/2011
Código do texto: T2870115
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