Perder-te trouxe a dor que ainda me pega, 
no meio desta angústia tola e cega. 
Foi como aquela tela que se apaga; 
o filme terminou e morre a vaga. 
 
A dor nos faz crescer, alguém alega, 
mas choro sempre foi demais  piegas. 
O risco, desferido pela adaga,   
traduz – aqui  se faz, aqui se paga... 
 
Na testa permanece aquela ruga; 
a lágrima escapou, um lenço enxuga, 
e a face, então serena, eu mostro logo. 
 
O corpo mais contrito que uma viga, 
prossigo, cônscia de que ninguém liga. 
Murmuro minha prece – quieta – rogo. 
 
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