Epifania

Rincões e tumbas armazenam aqui e alhures

Tredos espinhos, ramas murchas, seca estia

Sementes restam, a germinar, quiçá, algures

Num promitente ressurgir da flor tardia

Se no findar da primavera, te amargures,

Fria tormenta te camufle a utopia,

Rever quiseras, que segui-la ainda jures,

O azul da estrela que brilhou na epifania

Na imensidão, já desatento, o olhar espreita

O aterrissar de frouxas horas de euforias

E tremulantes folhas prenhes de poesias

Porem se atento o olhar se volta à porta estreita

Se lhe sujeita todo fardo em desapego

A estrela azul, no mar de angústia é aconchego