O SUCESSO E O NADA

Um dia, imaginei o rumo ao meu destino

e pus-me, o olhar erguido, andando pela idade.

Suei e forcejei, enquanto a mocidade

concedia-me a força e o trabalho supino.

Uns acham que brilhei e quase fui divino;

outros, que não passei da vã mediocridade.

E assim vão reduzindo ou ampliando a verdade,

e eu sou - o tolo, o herói, o crápula, o rabino.

Essa contradição humana, essa mentira,

não me comove ou vence e em nada me admira,

não muda ao meu destino o rumo, a caminhada.

Enfim o sucesso o que é? - Essa injunção de fatos

vulgares na importância, exatos e inexatos,

e ao cabo, a cova rasa ou a catacumba... O Nada!