Soneto I - Novos caminhos.
Outrora a inconseqüência era a marca da idade,
E toda juventude estava recolhida como em botão.
Os olhos eram mais límpidos, mais leve o coração.
Eram meus seios menores quanto minha liberdade.
Conheci o esplendor da alvorada, o orvalho em flor.
Sabia pouco da vida. Por isso me ardia a ansiedade.
Senti o toque dos dedos d’aurora ante a puberdade,
E amei por dois ou três meses o mesmo fugaz amor.
Agora sem orvalho, desespero ao ver o sol se abrir.
Prestante calma. Assombra e traz nova esperança.
Enquanto o acaso me apresenta novo rumo a seguir.
Sorrio com alegria boba de simples de uma criança,
Aguardo o que virá sem dor, sem querer partir...
Trilho novo caminho, sem guia a antiga lembrança.