PAISAGEM NA POESIA DO TEMPO
O caminho se estende como tapete espesso,
nele percorro em curvas, memórias de mim,
marcadas nas espalhadas palavras que teço,
recolhidas em versos, parindo poesia enfim.
Longe a velha porteira, perto o velho cupim,
longínquas passagens, as quais não esqueço,
pueris lembranças doces, saudades sem fim,
adolescentes vontades, do tempo o começo.
Cerrado verde recém molhado, bem conheço,
resquícios dos cheiros, sabores, coisas assim,
impregnados n’alma, do tempo que arrefeço.
É doce rever a trilha por onde me reconheço
menina, desconhecendo da vida o frenesim,
brinco de ser poeta no rumo que estabeleço.