LIÇÃO

Um dia, à mesa do jogo,

Pródigo em me dar desperdício,

Interrompeu-me no vício

Alguém, que tomei por logro.

Estendia-me a mão,

Marcada por tanta luta

De uma vida que já curta

Se mostrava, e eu disse: ”Não!”

Mais tarde, na rua, o vejo

(Quanta dor sinto e pejo!)

Morto por fome e sequela.

Desde então, ante um mendigo,

Logro ou não, logo me digo:

“Essa mão é igual àquela”.

Gerson Silvestre
Enviado por Gerson Silvestre em 22/03/2011
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