LIÇÃO
Um dia, à mesa do jogo,
Pródigo em me dar desperdício,
Interrompeu-me no vício
Alguém, que tomei por logro.
Estendia-me a mão,
Marcada por tanta luta
De uma vida que já curta
Se mostrava, e eu disse: ”Não!”
Mais tarde, na rua, o vejo
(Quanta dor sinto e pejo!)
Morto por fome e sequela.
Desde então, ante um mendigo,
Logro ou não, logo me digo:
“Essa mão é igual àquela”.