Timão

Timão de madrepérola e escamas,

e no suor do sereno escorre a noite

suas palavras escritas de silêncios

à deriva dos quasar ardendo em chamas.

Todo regresso foi, um dia, despedida;

espinhos azuis inscritos nas veias,

prisioneiros de todas as ausências

como eterno retorno sem partida.

Lê música nas pautas desse remo

que foi sempre estrangeiro de si próprio,

vai rodando ao contrário o filme impróprio.

Como apagados fumos nas marinas

que ocultam rachaduras nas paredes,

são águas paradas que adormecem sedes.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 22/03/2011
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T2863346
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