Timão
Timão de madrepérola e escamas,
e no suor do sereno escorre a noite
suas palavras escritas de silêncios
à deriva dos quasar ardendo em chamas.
Todo regresso foi, um dia, despedida;
espinhos azuis inscritos nas veias,
prisioneiros de todas as ausências
como eterno retorno sem partida.
Lê música nas pautas desse remo
que foi sempre estrangeiro de si próprio,
vai rodando ao contrário o filme impróprio.
Como apagados fumos nas marinas
que ocultam rachaduras nas paredes,
são águas paradas que adormecem sedes.