MATIZES

Tumbas fundas, mudas, destroços açoitados

Mortos rostos, braços e traços enterrados

Arrancados do peito-coração da terra

Caçadas clãs, decapitadas como fera.

Sob ferro, fogo, facões, flores desfolhadas

Raízes e crenças em sangue mergulhadas

Ressequidas réstias, vãs! Cúpula covarde,

Selvagem ceifa, mata e restos reparte

Senzalas e favelas... vida soterrada

Abafa! Bafo! Pobre Poder inumano

Insano! Corpo profano, almas febris

Afã, irmã, ânsia, mãe-Leoa impregnada

Ousada, viva,vazou véus,céus, oceano

Cor negra, aura, alma de tantos brasis.

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 21/03/2011
Reeditado em 05/04/2011
Código do texto: T2862513