VOZES NO DESERTO

Fagner Roberto Sitta da Silva

Tempo que passa e deixa cicatrizes

fundas em nossa alma, durante a lida,

e que nem tudo apaga pela vida,

ou lento esconde as marcas dos deslizes.

Se lembro dos momentos infelizes,

lembrança vil que achava enfim perdida,

vou lembrando que o tempo sem medida

sempre deixou expostas as raízes.

Raízes que esperava já cobertas,

falando do que nunca se completa;

só que segue fazendo descobertas,

o vento da memória, silhueta

de ar nas terras estéreis e desertas,

varrendo toda areia da ampulheta...

Garça, 20 de março de 2011.

Fagner Roberto Sitta da Silva
Enviado por Fagner Roberto Sitta da Silva em 20/03/2011
Reeditado em 28/03/2011
Código do texto: T2860203
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