Soneto das Recordações
Quantas vezes nos perdemos nas lembranças doces da vida,
Numa busca incessante mesmo que inconsciente,
Seria medo do fortuito futuro ou do próprio presente?
Quem sabe as temos por dúvidas ou por dívidas.
Quando me vejo neste ato de pura saudade demente,
Não me contento e mergulho, revendo todos os bons momentos,
Consolando meus desafetos, desfazendo os tormentos,
Limpeza do corpo, da alma, da mente.
Então refeito dos efeitos da batalha do dia a dia,
Levanto-me como a recuperar o tempo pensante,
Refazendo a chama que não mais me ardia.
Espero sempre poder repetir a proeza, mesmo que tardia,
De poder viver a recordar a minha vida infante,
Pois não será ato de simples saudade, nunca será covardia.
Inaldo Santos.