MARIONETES

Em minha infância, lembro que me divertia

Ver encenar marionetes na cidade.

E eu sonhava, vindo a maioridade,

Um grupo delas ter em minha companhia.

Meu pai querido este meu desejo ouvia

Com um sorriso ocultando-me a verdade.

E me dizia: “Espera que esta vida há de

Esvaziar em ti tamanha fantasia”.

Hoje, desgostam-me os fantoches governados

Em seu fazer por dedos ágeis, amestrados,

Em mão que, no Alto, se prefere escondida.

Estas ações, estas palavras... serão minhas?

Se eternamente me têm preso às suas linhas

As muitas Leis que vêm reger a minha vida.

Gerson Silvestre
Enviado por Gerson Silvestre em 18/03/2011
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