MARIONETES
Em minha infância, lembro que me divertia
Ver encenar marionetes na cidade.
E eu sonhava, vindo a maioridade,
Um grupo delas ter em minha companhia.
Meu pai querido este meu desejo ouvia
Com um sorriso ocultando-me a verdade.
E me dizia: “Espera que esta vida há de
Esvaziar em ti tamanha fantasia”.
Hoje, desgostam-me os fantoches governados
Em seu fazer por dedos ágeis, amestrados,
Em mão que, no Alto, se prefere escondida.
Estas ações, estas palavras... serão minhas?
Se eternamente me têm preso às suas linhas
As muitas Leis que vêm reger a minha vida.