SOLDA LÍQUIDA
Alça os seios hirtos às alturas,
sob a luz das velas, em ânsia louca,
na parede sombras de travessuras,
bicos negros invadem minha boca.
Dorso em arco, arca de desejos,
vastos cabelos as ancas varrendo,
quadris trêmulos, umbigos em beijos,
gozo atiçado, incandescendo.
As mãos aflitas em insana febre,
atam os corpos, e a respiração
falta, o vácuo, não há mais espaço.
Ela desfalece (como uma lebre
com a nuca mordida pelo cão),
no prazer alagando seu regaço.