DANÇA
Flutua, dança, rodopia, meu amor,
incita o teu poeta, o teu vivaz amado,
bem mansamente, vem, meneia o teu calor
aos olhos do homem teu, sedento, inebriado.
Nesses passos perfeitos, desenhas prazeres
com os quais tu me envolves, vazão dos ardores
que me exalam dos poros e endoidam pensares.
Aos saltos leves, tu me beijas com dulçor,
em teu encanto, eu valso livre, sou alado,
sou só libido a levitar com tua flor...
E o meu desejo a te adorar, arrebatado...
No bailado a anular os insanos saberes,
coladinho ao teu corpo, a sugar teus sabores,
eu me lanço contigo, a girar pelos ares!