Soneto de Amor em Retalhos
No estertor do espaço-tempo
Migram murmurantes e ás soltas
Palavras ao vento
Do que antes mormente existia entrelaços
Ecoam tão somente resquícios
Dissonantes de lembranças
Silentes e esparsos
A andejar seus pares
No mais indissoluto completo desalinho
Que de tão vazio é repleto
Outrora, quarto crescente
De nascente vida que rege minguante
Neste insepulto âmago que jaz
Invasiva dor prescrutante
Paira desairosa penumbra
Sem campo para vicejar
Poema,verso,poesia ou prosa
Nenhum sentimento para lhes inspirar
Cedes teu lugar á campa
Por onde dormitas teu solo
Fina trama tece a teia
Das vestes despida ponteia despojos
D’além doravante momentos se criam
Ao presente instante repousam
Em estilhaços
Quão espelhos quebrados
São restos
Do meu eu
Feito Amor em retalhos