*** nossa poesia ***
Amigos recantoistas, confesso que, como autodidata,
sou um eterno aprendiz de tudo. Proponho-lhes que,
nos meus textos, os comentários havidos sejam real-
mente críticos e não singelas bajulações. Quero
aprender com vocês, por isso adoraria que me
apontassem as falhas, em vez de levantar-me
somente ao ápice da glória. Que o comentário seja justo.
Quando eu acertar, lógico, fico feliz com o
reconhecimento do meu tfrabalho.
O sonete a seguir, é nesse sentido: sou um aprendiz...
*** nossa poesia *** (crítica)
Nos dias de hoje a frágil poesia
faz círculos em linha reta a pé e descalça,
que o leitor “bondoso” em comentário exalça,
tornou-se prosa em versos, simplória e vazia.
Não vinga o poema que faz vezes de balsa,
que sobre a água do rio vai e vem; leda esquia;
se na arte a verve desliza leve e macia
qual pluma ao sopro da brisa dança uma valsa.
Burila inépcias a crítica construtiva
fazendo ver na criação a falha viva
que o sóbrio poeta, austero e lúcido, acolhe.
A poesia é um dulcíssimo enigma e assim,
terá na estrutura, começo, meio e fim.
quem cria arte sem alma, em si mesmo se encolhe.
Afonso Martini
110311