FOTOGRAFIAS
As fotos, cores já esmaecidas
de antigas, amassadas, já sem beiras
olham-me perguntando que maneiras
vivo a cantar, chorando, tantas vidas
que são fugazes, mais que passageiras.
Onde há glórias de lutas vencidas;
retiradas de batalhas perdidas;
Há dores p’ra viver como parceiras.
As fotos de viço tão apagado
parecem ver-me, olhando de lado,
me transpassando a lança do destino.
Me clamam, rogam, com voz de passado
qu’eu retroceda discreto, calado
para voltar, de novo, a ser menino.