MOEDA DE TROCO [CCLXXIII]

Quando tigres te rugem, ruge nas entranhas,

dá-lhes de carne a janta e belos mata-pastos;

não haverá excesso, pois, nestes teus gastos

só vai doer-te o sangue, e só, em tuas banhas.

Se tu ousas, no troco, aí é que mais ganhas,

e, para combater-se o mal e os mui nefastos,

não se podem poupar os ímpios nem os castos,

ainda que a sangrarem pedras nas montanhas.

O homem (diz-se) dele mesmo eterno lobo

não vá quedar-se inerte à sombra do seu lodo

– há que, no agir, vencer a luta mais renhida.

E na arena da História, no final do embate,

tombem ferozes tigres que, já sem combate,

à Humanidade tragam paz e nova vida.

Fort., 13/03/2011.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 13/03/2011
Reeditado em 13/03/2011
Código do texto: T2846300
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