A ARTE DOS EQUÍVOCOS

A ARTE DOS EQUÍVOCOS

Ah! se eu pudesse! se coubesse no orçamento,

à nobre dama proporcionaria o Edem.

Os ganhos da vida ao repasto não excedem;

são parcas as rendas, menores que o lamento.

Minas d’ouro só se explora quando procedem;

a ideia é valer a safra e não o implemento.

Há que pesar a atitude no discernimento,

pois não rendem valores a quantos os pedem.

Se o ser se funde com o enigma neste plano

Torcem-se valores do raciocínio humano

misturando ilusão com arte e coração.

Há de se ver que se dá ouvido ao próprio umbigo,

paixão, alma e amor, incorporam-se em amigos,

protestando não dar vez à austera razão.

Afonso Martini

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Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 13/03/2011
Reeditado em 13/03/2011
Código do texto: T2846092
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