Calor

Calor de verão, chuva, tempestade...
Dia é quase noite, climática treva.
No céu, a divina superioridade;
Pelos ares voa o que o vento leva.
 
Nosso velho planeta sente a idade:
Ora ferve vida, ora resfria e neva...
Em cíclica e constante dualidade
É assim que nosso mundo se revela.
 
Ciclo terrestre, Era Interglacial:
Não culpe o aquecimento global,
Tampouco acuse a natureza em fúria!
 
Nossos lençois de suor encharcados
São apenas restos dos nossos pecados,
De nos perder em nosso amor-luxúria!
 


Imagem daqui 



O Mestre Miguel Jacó presenteou-me com este esmerado soneto, creio, inspirado pelo "Calor". Meu caríssimo Miguel, suas palavras de experiente e exímio escritor são demais para meu coração! Ainda tenho muito a aprender, sinto que vou na direção certa... Obrigada por mais este belíssimo presente!

AS INTEMPÉRIES SURGIDAS DO ACASO

As intempéries surgidas do acaso,
Malevolentes em nossa sapiência,
Nos demonstram da vida o atraso,
Delega ao homem a incompetência.

As nações que perfazem o planeta,
Se perderam em suas conformações,
As catástrofes cada dia se estreitam,
E uma vida vale menos que um botão.

O Zodíaco continua em relevância,
Norteando as energias desprendidas,
Indicando rumores em nossas vidas.

Transpiramos nossas inconseqüências,
Dissipamos as desgraças em destaque,
Nos amamos com desejos depravados.


Bela e sensível inspiração do poeta Felipe Milianos. Obrigada, meu caro, pelos seus versos cheios de sentimento!

Sobre os lençóis, o relevo ditando
contando
poetizando o sonho vivido diante da lua voyeur, corpos insaciáveis, toque, desejo, sentimento sincero entre um homem e uma mulher...