APENAS O QUE DESEJO OUVIR
Inda que me diga verdades,
Não beberei de todas elas,
Pelo que me ferem em mazelas,
Aquarelas em minha cinza cidade.
Peço então, que somente fale,
O que alimenta meu ego,
Eu estou bem, mesmo cego,
Verdade me machuca e não vale.
Eu não confesso minha imperfeição,
Não admito, falível não,
Mas, eu preciso massagear.
O meu orgulho com sua mão,
Me elogiando sem razão,
Me sinto bem, sem enxergar.