DESERTOS

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Ó dor cruel que me arde e m’arranha

E me espalha no peito agonia

E me sombreia, tange e m’espia,

Rondando-me, de leve, com façanha

Aparta-te de mim, pois estou triste,

Levado pelas horas mais fundas,

Em correntes d’águas tão profundas,

Deste rio de mágoas que insiste,

Em nascer nos meus prados mais libertos,

Encharcando os crisântemos e rosas

Que restaram na alma do meu jardim...

Vai, busca outra via, longe de mim,

Pois, as minhas estradas tão chorosas

São, em grande verdade, meus desertos!....

Aarão Filho

São Luís-Ma, 11 de Fevereiro de 2011

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 11/03/2011
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