COMO A SERPENTE
Das palavras do Mestre existe quem caçoa;
Não dá a outra face àquele que lhe bate
E, querendo vingança, pode até ser que mate;
Se não puder matar, vai e amaldiçoa...
Não vê o irmão que sofre no frio da garoa
E permite que a fome ainda o maltrate...
A quem dá a ele abrigo, resmungando, rebate:
“Está perdendo tempo com essa gente à toa!”
E andam por aí deveras imponentes...
Deveriam ter presas onde eles têm os dentes
E até aquele guizo bem na ponta do rabo,
Para sempre alertar do perigo iminente,
Pois tais pessoas são como aquela serpente,
Que todos conhecemos como sendo o diabo.