**** VESPERAIS ****

São tão puras, tão cândidas, tão leves,

No cinzel, pelo céu em revoadas,

Minhas aves, vermelhas, bem amadas,

Despendidas no ar, belas, tão breves...

Ah, e eu? Sim, e eu que não sei voar?

Fico triste, na terra, aprisionado,

Com os meus sonhos vagos, magoado,

Por não ter minhas asas e decolar...

Mas, ó Deus, estes pássaros tão lindos,

A planarem no Cosmo, tão infindo,

Ah, quisessem levar-me, prá nunca mais...

... Eu morrer, mesmo estando vivo, indo,

Nestes ventos das horas, cauto, rindo,

Quais os versos de mim, pelos vesperais...

Aarão Filho

São Luís-Ma, 10 de Fevereiro de 2011.

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 10/03/2011
Reeditado em 10/03/2011
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