QUEM ÉS TU (SOLIDÃO)?
Quem és tu que moras nos meus ansejos
E cantas no meu peito tão silenciosamente?
Quem és tu que com teus olhares risonhos
Preenches-me, assim, tão completamente?
Porque brincas, desse jeito, com meus sonhos?
Porque insistes em viver, assim, na minh’ alma
(Ainda que eu não queira), de forma tão calma
E descobres os meus mais secretos desejos?
Quem és tu que de dentro de mim não sai
E vives nos meus recônditos pensamentos,
Para onde eu for, tua presença comigo vai
Mas escondes-te em olhares amordaçados?
Tomaste-me pela mão, cercaste meu coração,
Visitas-me nas noites frias, quem és tu solidão?
Ana Flor do Lácio (06/03/2011)
*
Interação da nobre poetisa Rosa Serena:
Querida poetisa Rosa Serena, seus versos são magníficos, é uma grande honra postá-los junto aos meus. Agradeço sua interação e presença que enriquecem minha escrivaninha!
«Teu magnífico soneto inspirou-me a também dizer desta sempre presente solidão! Parabéns poeta amiga! VIDA, FORÇA, SAÚDE!» (Rosa Serena)
Quem é esta companheira
Tantas vezes indesejável!
Que machuca e deixa marcas
Neste pobre coração?
Cheio de ilusão?
… Que é esta sempre intrusa
Que entra sem pedir licença
E deixa marcada a presença
Por nunca sair de mim?
... Oh senhora ignomínia
Que arrasa com meus sonhos
Que eram tão risonhos
Antes de encontrarem a tí?
... És chamada solidão
Moras bem aqui dentro
A invadir o espaço
Vago de meu coração!
(Rosa Serena)