Em mão
Como é de praxe entre quem é moderno
e mantém boas relações com o passado,
pedi a alguém que, com um recado terno,
fosse um exemplar deste livro a ti levado.
A muito custo fiz com que a dedicatória
não deixasse transparecer minha emoção,
nem trouxesse do mais fundo da memória
a brasa que ainda me acende o coração.
Com um sorriso que parece de criança,
dizes que ficaste feliz com a lembrança,
me perguntas como estou, e como vivo.
Nem percebes que por trás de todo verso
existe um amor maior do que o universo,
que te dedico em cada linha do meu livro.