BUCÓLICA QUIMERA

Fagner Roberto Sitta da Silva

Tirar do peito todo sentimento

e colocá-lo no alto precipício,

tal como num bucólico suplício,

mostrando o coração ao forte vento.

Ficar vendo num dia de solstício,

do raiar ao poente, todo invento

de nuvens na paisagem; pensamento

solto desde a manhã neste exercício...

E reparar nas folhas que balançam,

ver que elas crescem lentamente, dançam

e formam o balé de toda vida.

Depois, sentir no peito a vã quimera,

vendo o céu, esperando a primavera,

quando tudo parece despedida.

Solstício de Inverno, 21 de junho de 2009.

Fagner Roberto Sitta da Silva
Enviado por Fagner Roberto Sitta da Silva em 09/03/2011
Reeditado em 10/03/2011
Código do texto: T2838418
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