BUCÓLICA QUIMERA
Fagner Roberto Sitta da Silva
Tirar do peito todo sentimento
e colocá-lo no alto precipício,
tal como num bucólico suplício,
mostrando o coração ao forte vento.
Ficar vendo num dia de solstício,
do raiar ao poente, todo invento
de nuvens na paisagem; pensamento
solto desde a manhã neste exercício...
E reparar nas folhas que balançam,
ver que elas crescem lentamente, dançam
e formam o balé de toda vida.
Depois, sentir no peito a vã quimera,
vendo o céu, esperando a primavera,
quando tudo parece despedida.
Solstício de Inverno, 21 de junho de 2009.