BECO DA SOLIDÃO
Meus lábios estão secos do teu beijo;
Minha alma afogada na saudade;
Meus olhos, cachoeiras de ansiedade,
Num rosto transbordante de desejo.
Assim é o que sou se não te vejo;
Como quem vive a dura realidade
E, tão somente, espera, na verdade,
Da vida o seu último lampejo...
Vagando por ai sem ter destino,
Apenas este teu pobre menino,
Querendo no teu colo proteção,
Que mora lá na rua dos perdidos
E dorme ao lado dos esquecidos,
Num beco que se chama solidão...