NUDEZ

Não vejas a nudez, minha, não, nunca!

Ela é uma azáfama! Ilusões!

Um riso muito triste das multidões,

Em minha peça óssea que se adunca...!

Não, não queiras notar-me à pele nua!

Ah, esta seda branca e sem brilho,

A remeter a sombra do meu filho

Que, cuja seda alva veste a lua...!

Talvez, a contragosto, ah, quem sabe,

Me vejas a nudez só pela sorte,

Que seja numa pedra dura e fria!...

Aí, já não m’importa, nem mais me cabe,

Pois estarei vestido com a morte,

Com a bela eternidade da poesia...!

Aarão Filho

São Luís-Ma, 09/01/2011

(republicado em 05/03/2011)

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 05/03/2011
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