SONETO DA INSÔNIA IX
A noite vive em mim, na solidão, na mágoa,
Está na minh’ alma e nunca me deixa só.
Chama-me, segue-me, é meu fantasma,
Escurece-me, vive em mim, é minha voz!
A saudade dói, queima-me, como lume,
Quando choro as lembranças do passado.
É lança e trespassa-me com aguçado gume,
Faz funda ferida neste coração amargurado!
Minhas lágrimas são por mim, por ti, por nós.
Pela distância e vazio que me deixou assim,
São pelas cinzas desse amor, que é meu algoz!
Choro o amor, choro a minha vida tão sombria
Mergulhada na sombra escura, choro por mim,
Choro esta noite infinita e a perdida alegria!
(02/03/2011)