SONETO DA INSÔNIA IX

A noite vive em mim, na solidão, na mágoa,

Está na minh’ alma e nunca me deixa só.

Chama-me, segue-me, é meu fantasma,

Escurece-me, vive em mim, é minha voz!

A saudade dói, queima-me, como lume,

Quando choro as lembranças do passado.

É lança e trespassa-me com aguçado gume,

Faz funda ferida neste coração amargurado!

Minhas lágrimas são por mim, por ti, por nós.

Pela distância e vazio que me deixou assim,

São pelas cinzas desse amor, que é meu algoz!

Choro o amor, choro a minha vida tão sombria

Mergulhada na sombra escura, choro por mim,

Choro esta noite infinita e a perdida alegria!

(02/03/2011)

Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 03/03/2011
Reeditado em 03/03/2011
Código do texto: T2825341
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