*** nundo hostil ***

MUNDO HOSTIL

Quanta amargura no peito sem acalantos!

A vida fenece; a sina é beligerante.

Nada mais deleita, nem a turba falante

Mil mágoas trituram a alma num peito em prantos.

Cadê o Afonso, rabiscador militante?

Porque calou-se o lirorromântico canto?

O soneto sem musa perdeu todo o encanto

E o poeta enfurna-se em seu eu delirante.

O ar que o vate inala cobra a cor do batismo

se no horizonte a meta vê crua a divisa

pois nato é o estilo da arte do doce lirismo.

Mas a dor só cessa pelo sopro da brisa

Quando o embala suave da musa o carisma

Na alma instala o poeta a sua Monalisa.

Afonso Martini

010211

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 01/03/2011
Reeditado em 03/03/2011
Código do texto: T2822055
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