FIM DA VIDA.../ MEUS BROQUEIS../ AH, SE EU FOSSE POETA / MINHAS QUARESMEIRAS

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FIM DA VIDA

(Lembrando o amigo e exímio poeta Derek Soares)...

A face alva, vítrea, tão sem vida,

Serena, entre as flores perfumosas...

N’alvo lençol de pétalas de rosas,

Emoldurada, triste, na sua partida...

As suas mãos, unidas, bem laçadas,

Ostentavam em pérolas de contas,

Um antigo rosário, pelas pontas,

Dos dedos; orações inacabadas...

Com as aldravas em cor alva, tão leve,

A urna, em madeira tão polida,

Guardava aquele corpo, tão cingido...

Já era fim de tarde, vento e neve;

Florescia saudade... Tempo ido...

Tudo, então, acabado!... Fim da vida!....

Aarão Filho.

São Luís-Ma, 28/02/2011

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MEUS BROQUEIS ( AO EXECELENTE POETA E IRMÃO MARCO AURELIO VIEIRA)

Os olhos verdes, cor da esperança;

Lábios finos, portais do meu regaço;

Mãos muito delicadas no abraço

Quando é o meu par em uma dança...

O busto, uma oferenda da beleza;

Lindos cabelos negros t’emolduram;

Tantas suavidades configuram,

Este teu ar de graça e nobreza...

Nas vagas mais profundas desta vida,

Ah, eu não te olhei mais e, esquecida,

Só deixaste a suplência da saudade...

Olha, nos meus broqueis, tu tens guarida!

Eu sei que não voltas e, tão perdida,

Estará a minh’alma, tão debalde!....

Aarão Filho.

São Luís-Ma, 01/03/2011

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AH, SE EU FOSSE POETA!!! ( Para o poeta Afonso Martini)

Incandesce o nascer e, já alvora!

E as estrelas se perdem no telúrio;

Apagam-se galáxias e, mercúrio,

Em frente ao sol reluz, sim, nest’aurora...

As copas das mangueiras, tão verdosas,

E, os campos dourados nos matizes;

Rutilam os olhares das perdizes,

E, brilham, muito mais as alvas rosas...

E, tudo então parece ser um sonho;

M’enterneço, meus olhos lacrimejam,

Pois, finos fios de ouro caem d’olhar...

Ó, como poderei ser tão tristonho?

As luzes deste dia até me beijam!...

Ah, s’eu fosse poeta, prá m’inspirar!!!

Aarão Filho.

São Luís-Ma, 28/02/2011

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MINHAS QUARESMEIRAS ( Para a poetisa Hull de La Fuente)

Eu me guardei a ti do vento vasto,

Das quedas nas tristezas, dos acúleos;

Gritei meus tantos brados, mui hercúleos,

A preservar-me puro, terno e casto...

Nas estradas da vida, fui aos rastros,

Desta contemplação de ti, amada;

Deixei a minha alma desarmada,

Em vôos de altitudes pelos astros...

Ah, ainda te espero, por inteira,

Sob as sombras das minhas quaresmeiras,

Trazendo-me a alma e o coração...

Não hei de amar ninguém, mesmo qu’eu queira;

O meu amor é teu, sobremaneira;

É só de ti que vem minha emoção!...

Aarão Filho.

São Luís-Ma, 28/02/2011

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 01/03/2011
Reeditado em 01/03/2011
Código do texto: T2822014
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