BRAÇOS DE ARRIMO
Eu busco pelo viço da doce pétala arrefecida,
Qual flor de ingenuidade, em terra mansa, afrodisíaca!
Qual grão que dispersou na natureza castigada,
Eu busco pelo chão da ex floresta encantada.
Eu busco pelo sol que despertou na alvorada
Na ânsia da promessa de ter a noite enluarada...
Eu busco pelas tardes tão macias, aconchegantes
Em corpos que desnudos têm mãos perenes, insinuantes.
Na fúria que desceu do céu à terra em veraneio,
Eu busco pelo abrigo frente ao raio mais certeiro...
Qual flor que então resiste ao vendaval que vem do cimo
Eu busco nos teus braços o meu sustento, o meu arrimo!
Do grão que agoniza dentro da terra encharcada
Floresço em muda flor numa manhã ensolarada.