Meu berço
Jamais entenderás, amiga amada,
O que se passa aqui na minha mente:
Se de triste, me vês dando risada,
Ou se me vês em pranto, de contente.
Ninguém que já tentou entendeu nada,
Por mais que eu me faça transparente.
É a minha natureza. E foi herdada,
Da gênese de um mundo diferente.
É da alma do caboclo, do caipira,
Todo esse antagonismo que inspira
No toque da viola o som plangente.
Só pode entender mesmo, o matuto,
O estranho sentimento que é fruto
Da origem cultural da nossa gente.