Os Seios (Soneto).

Pouso de afagos, um berço de desejos

Sinto-me um ancião a ama-seca, acalentado.

Desprendo dos lábios longos beijos

Feito beija-flor que suga o néctar, desesperado.

Montes que se inclinam, pontiagudos

Picos que se agigantam, perfeitamente.

Como são lindos os vértices desses escudos,

Lábios úmidos os arrepiam, profundamente;

São subidas e descidas incansáveis...

Um banho de gato, freneticamente

E apurando o tato, pois os dedos incontroláveis

Feito num piano em orquestra sem regente.

Como são lindos, eles – Os seios!

A desfilarem aos olhares de anseios.

(*) IV – Os Seios (Soneto).

(Preferências Nacionais)

Rio de Janeiro, 25 de Julho de 2004.