Soneto Sem Dor.

Ver-te, oh, nuvem aos teus pés, sou forte

Perto, oh, não temerei a morte vã,

nem brisa posta, na volúpia sorte

quiçá o revés que grita em dor ao divã.

Ver-te, em glória com uma luz na tez

um brilho próprio, pois incúria lua

essa essência da matéria fez,

e esta cópia vaga sã e nua.

Quero dar vida a linda voz velada

uma prece nobre que a paz criar

Crer e ser, vozes sadias, vês calada,

Ao amor que é sinal mordaz. Fanar?

Nunca! Aos pés da magia ser amor!

E os teus encantos, passam tão sem dor.

Rio de Janeiro, 15 de Fevereiro de 2007.