Na Dança do Tempo
Enquanto eu bailava sob a primavera
O tempo passava depressa por mim,
Levava nos braços o amor que eu quisera
Viver uma história de sonho sem fim!...
O tempo, mortal, feito abraço de fera;
Veneno fatal disfarçado em jasmim,
Levava pedaços de minhas quimeras
Meu “Deus”, quem me dera, ser feliz assim?
Eu não percebi que na dança do tempo
Meus sonhos ao vento fugiam ligeiros
No olhar derradeiro do deslumbramento!...
O cheiro de “Adeus” era um tiro certeiro,
E enquanto, faceiro, beijava-me o vento,
Era eu quem, de triste, morria primeiro!...