Navio fantasma.

As nuvens debruçadas na distância,

quietas, ouvindo os recitais dos ventos

que assobiam oceanos de lamentos

inaugurados com pompa e circunstância,

são as horas exaustas de passado,

a umidade e o musgo desse muro

das nostalgias tecidas de futuro

onde repousa meu olhar cansado.

A neblina bate nos meus ombros

apreensões de sustos e assombros.

Viver não é preciso; é preciso navegar.

E eu que tenho vivido a vida a esmo,

teimosamente vou singrando o mar,

como um navio fantasma de mim mesmo.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 25/02/2011
Código do texto: T2814902
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