Meu soneto vitoriano
Como te adoro? Deixas-me falar
Os modos. Com a altura, a extensão,
E o fulgor do meu espírito, quando vão
Teus desejos o Bem querer a buscar.
Gosto de ti simplesmente, como o ar
Que aspiras. Ao sol, na escuridão.
Com a audácia de um solto coração;
Com o pudor que a lisonja faz cantar.
Anelo-te fogosa e imaculada, com a ânsia
Que na dor tive; com a fé da infância;
Com essa paixão que sempre cri perder,
Perdendo os meus. Quero-te sempre: andando,
Chorando, rindo, lendo, respirando…
E hei um dia de amar-te melhor, antes de morrer.